quinta-feira, 5 de julho de 2018

Amanheceu na roça


"Porteira velha se abrindo
Faz meia lua no chão"


Um pro sul, outro pro norte
Um arenoso o outro barro   (mote de Autor desconhecido)




Um pro sul, outro pro norte
Um arenoso o outro barro
Que dá passagem pra carro
E ao peregrino sem sorte
Numa direção o corte
Na outra o grotilhão
Lá no fim o casarão
Dois trajetos se fundindo
Porteira velha se abrindo
Faz meia lua no chão

Passagem de retirantes
Da boiada da fazenda






Nesta passagem tem lenda
De fugas de alguns amantes
Ali tocaram rompantes
Na pega de barbatão
Foi tanto afago de mão
Seu canto rouco rangindo
Porteira velha se abrindo
Faz meia lua no chão.

           Um vem abre em cortesia
O outro para e conversa
Mesmo que cheios de pressa 
O portal tem freguesia
É feito o que se fazia
Ainda aqui no sertão
Passam ‘tramela’ ou cambão
Depois se despedem rindo
Porteira velha se abrindo
Faz meia lua no chão

Solitária, um som produz
De longe se escuta o baque
Num ritmado ataque
Quando o breu engole a luz                     
A noite manda um capuz
De negrume veste o chão
A porteira toca, então!
Um réquiem vai-se ouvindo
Porteira velha se abrindo





Nenhum comentário:

Postar um comentário